terça-feira, 5 de julho de 2016

Relatório de avaliação

Fiquei encarregue de produzir o website do Projecto Aurora, que têm como objectivo  funcionar como o centro das operações, ou seja, será no website que os nossos webisodes serão divulgados ao longo da execução do projecto,  é aqui que a informação sobre o Projecto Aurora se encontra, a campanha de crowdfunding, a informação sobre a Realidade Aumentada e os links para as redes sociais e canal Youtube.

Delineámos a ideia inicial de termos um mapa de Lisboa para que correspondesse à localização da história e que desse uma experiência interactiva e dinâmica aos utilizadores. A localização dos vídeos no mapa corresponderiam aos locais que tivessem informação relevante acerca desse local. Tínhamos também como objectivo ter informação/links anunciando uma determinada data de lançamento de webisodes, para aumentar a expectativa dos fans.

Tive também a cargo o desenvolvimento da realidade aumentada onde criámos marcadores para que os utilizadores vejam modelos em 3D da série ou sigam um URL, onde poderão depois obter mais informação sobre o Projecto Aurora e vários locais de Lisboa.

Sendo aluno de multimédia, foi uma oportunidade para ganhar mais experiência em termos de programação web bem como para perceber como se usa o modelo transmedia para "espalhar" conteúdo através de diversas plataformas e como a nossa história evolui ao longo de diversos meios.

Ensaio sobre transmedia na produção audiovisual e multimédia

O conceito de transmédia, refere-se ao desenvolvimento de uma história através de diferentes plataformas de modo a prolongar o ciclo de vida do projecto e aumentar a sua rentabilidade.

É também um modelo de baixo custo e bastante útil para um produtor independente, que utiliza os poucos fundos que tem para produzir conteúdo e construir uma audiência. Por exemplo, a produção de um piloto é a melhor maneira de mostrar algo da história a possíveis investidores e tal como descrito acima, construir uma audiência. É um modelo diferente do tradicional em que um grande estúdio/distribuidor/player investe na produção de um feature film logo desde o princípio.

A escolha de cada plataforma deverá ser feita conforme as necessidades do projecto e de forma a envolver a audiência durante o maior tempo possível. Para que isso possa acontecer é necessário planear a distribuição de conteúdo de forma cronológica para que sustente esse interesse durante o tempo de vida do projecto. - Antes de se pensar nas especificidades de cada plataforma e da divulgação de conteúdos nestas, deve-se pensar primeiro na história que se irá desenvolver ou seja, os espaços da narrativa, o número de plataformas a usar, o timing destas e o grau de participação do público.

 Quanto à história e ao conteúdo em si, estes deverão adequar-se à plataforma na qual irão ser distribuídos, ou seja, cada plataforma deverá executar aquilo que faz melhor e deverá ser autónoma. Por exemplo, no caso dos webisodes, a narrativa tem que ser suficientemente apelativa que permita manter o interesse entre episódios. Se esta não tiver interesse ou a transmissão for feita numa data incorrecta, poderá levar a perdas de audiência. O lançamento de conteúdo adicional noutras plataformas mantem o interesse nos webisodes.  O truque aqui é a própria historia, ou seja, usar plataformas secundárias para gerar mais conteúdo e que seja consumido de forma opcional, como se fosse uma camada diferente da história, outra forma de a explorar mas que não seja obrigatória consumi-la, ligando cada pedaço através de ganchos, que mantenha o interesse da audiência na história principal.

Quanto ao timing da distribuição de conteúdo, esta deve ser definida de modo a que esteja disponível para o dispositivo correcto e divulgado no período certo. Colocar demasiado conteúdo num curto espaço de tempo leva a que exista uma sobrecarga, o que pode afastar os espectadores. Da mesma forma, uma narrativa fraca diminui o interesse da audiência mesmo que os planos de lançamento tenham sido bem planeados.

E que benefícios obtém a audiência com este modelo? - Com a entrada das novas tecnologias no nosso dia-a-dia e modo de vida, muitas pessoas procuram conteúdo em diversas plataformas usando diferentes dispositivos. Ao prolongar uma história em diversos meios, aumenta o interesse mas aumenta mais ainda se dermos a hipótese de o público participar…dai definir-se o grau de participação do público.
Existem 4 níveis de participação na história: experiencia social, participação activa, participação passiva e experiencia individual, ou seja passiva, activa, colaborativa e interactiva. Que controlo sobre a história deveremos conceder à audiência, para que esta mantenha o interesse e a motivação?

Para melhor cativar o interesse da audiência, deve-se criar curiosidade e suspense, envolver personagens marcantes, estender a audiência dentro e para outros média, surpreender a audiência através de surpresas e premiar esta quando se desloca para outras plataformas…terá que haver um benefício ao publicar novo conteúdo em diferentes meios.

A história deverá ocorrer num “mundo” suficientemente grande para dar espaço à criação de mais histórias e personagens. A criação do mundo pela autoria dos fans cria uma ficção real paralela à história “permitida” o que lhes traz mais satisfação em participar no enredo.

As audiências querem discutir o conteúdo com outros e partilhar as suas experiencias. Deverá existir um local, um fórum por exemplo, onde os fans possam trocar impressões sobre a história. Alguns tomam a iniciativa de comprar merchandise para mostrar a sua paixão pela história, outros tornam-se colaboradores - dai terem uma participação colaborativa - criando blogs, participando nos fóruns ou usando ferramentas como a wikia para aprofundar mais sobre locais, personagens, etc. Só o facto de “Dar Gosto” ou Partilhar conteúdo numa rede social, estabelece um grau de participação activa.

Jogar com a audiência, ou seja, perceber o que querem os indivíduos com mais interesse na história, ajuda a definir as datas de lançamento bem como o passa-palavra por partes destes para com a audiência que ainda não demonstra interesse total na história. Por exemplo, usar a opção de vídeos privados do Youtube somente para os indivíduos mais leais que esperam ansiosamente por algo novo e aguardar que estes divulguem o que viram.

Ao construir uma audiência, aumentam as chances de maior financiamento devido à maior visibilidade do projecto, que ganha um efeito bola de neve, ou seja, a produção de mais conteúdo com este aumento. Por exemplo, o produtor pode abrir uma campanha de crowdfunding já com a audiência que estabeleceu, para produzir mais webisodes que são do interesse dos próprios fans, que assim se tornam parte do desenvolvimento da história ao ajudarem na sua produção. É este um dos benefícios que faz com que a audiência se envolva e colabore, é o afecto que têm pela história ou a ansiedade que cresce antes do lançamento de novo conteúdo. Maior visibilidade aumenta o interesse por parte de outros investidores, como empresas, que poderão optar pelo conceito de product placement para investir no projecto.


E que implicações teria este conceito para uma produção audiovisual e multimédia no formato “poesia”?

            Como caso prático, um projecto audiovisual relacionado com poesia, teria a produção de um livro de poesia, um espaço online, Facebook ou Twitter com publicações periódicas de poemas e onde os participantes também participassem colocando poemas e comentários. A história principal seria a produção de uma curta ou longa-metragem relacionada com um poeta, cujo financiamento seria alcançado, seguindo as regras de um modelo transmédia.

            Arranjar financiamento para um mercado nicho, definir que conteúdos e em que plataformas o projecto se iria basear e suscitar interesse neste formato será o maior desafio. Não é fácil construir uma audiência e arranjar financiamento para concluir o projecto, para além de que um público interessado em poesia não é o mesmo que um público interessado em géneros como CSI, ficção científica, zombies ou outros géneros já com provas dadas.

            O desafio seria grande mas se a história estiver bem delineada e seja interessante as hipóteses de sucesso aumentam…aqui o produtor teria que jogar com o marketing do projecto: contratar um actor/actriz conhecidos do público para chamar a atenção e aumentar a credibilidade; o teaser/trailer suficientemente atractivos para chamarem audiência; um piloto bem produzido e que suba o véu sobre o que virá da história e dai partir para diversas formas de financiamento, seja através de crowdfunding, patrocinadores.

            À medida que a audiência aumenta e se tornam consumidores da história, será preciso ter em atenção ao que pedem, dar-lhes ouvidos e tirar partido disso para que se possa progredir com novo conteúdo que gere ainda mais interesse e por fim ter os fundos suficientes para produzir o feature film caso seja o objectivo do produtor.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Plano de objectivos individuais

Os meus objectivos pessoais para esta cadeira, são de tentar perceber como o conceito de transmedia funciona como um modelo de produção acessível a qualquer produtor independente com um custo baixo e de como se aproveitam as novas tecnologias para criar uma história e em suma, uma experiência mais enriquecedora e duradoura para o público. 

Escolhi produzir o web site e a realidade aumentada, pois quero enriquecer o meu portefólio e ganhar mais experiência no desenvolvimento Web, bem como explorar as aplicações de realidade aumentada que no futuro terão um grande impacto no nosso quotidiano.